Muito interessante o trabalho desse artista e arquiteto alemão. O que mais me impressionou foi o nível de interatividade que ele aplica em suas obras e instalações. Os trabalhos abaixo foram os que gostei mais.
Light Blaster: Talvez o trabalho que mais me impressionou, numa interação absurda entre "usuário" (acho q já chega a esse nível) e obra. A interação do aparato com as batidas do coração mostram uma interação profunda e que deve representar uma experiência sensorial impressionante. http://www.christian-moeller.com/display.php?project_id=14&pointer=12
Audio Grove e Nosy: esses dois me chamaram a atenção para o envolvimento dos transeuntes com as instalações. No Audio Grove, o observador se torna agente numa instalação de efeito estético e sonoro interessantes. http://www.christian-moeller.com/display.php?project_id=6&pointer=0.
Essa imagem feita no Photoshop em dupla com a colega Letícia Maria registra as performances de nossos grupos. Buscamos explorar diversos recursos, notadamente os diferentes pincéis, borrachas e sobreposição de camadas, além das possibilades de correção de contraste, cor, brilho, etc.
Com essa imagem que criamos, procuramos fundir a escala do detalhe(o painel de azulejos de Portinari, na igreja São Francisco de Assis) e uma escala "aérea", mas do ponto de vista do arquiteto (o croqui).
Usando imagens de papel e tecido antigos e trabalhando sobretudo com as opções de sobreposição de camadas, tais como multiply, lighteen e screen, além das possibilidades da ferramenta de borracha, conseguimos dar ao croqui original de Niemeyer um fundo de papel envelhecido, dobrado e surrado, remetendo à situação em que ele realizou os primeiros desenhos do conjunto arquitetônico da pampulha.
Minha dupla foi a Fernanda Lima Bandeira de Mello.
Flâneur: palavra de origem francesa que significa algo como"vagabundo". O trabalho do francês Charles Baudelaire, em meados do século XIX, passou a definir o flâneur como "nobre vagabundo das cidades", ou seja, o ocioso andarilho que contempla o mundo urbano.
O filósofo alemão Walter Benjamim define o flâneur como um burguês perceptivo e não envolvido com a cidade.
No Brasil, o conceito foi difundido pelo cronista carioca João do Rio. Em sua crônica "a rua", o flâneur é o vagabundo que reflete, o basbaque que comenta e o vadio que observa.
Apesar de definições diferentes, o flâneur é, portanto, um andarilho despretencioso que observa e absorve a cidade.
Deriva: técnica de comportamento experimental do caminhar sem rumo com uso de outros mapas ou de memórias afetivas praticada pelos situacionistas. Esses pensadores das décadas de 1950 e 1960, liderados por Guy Debord, criticavam o cotidiano da França do pós-guerra e acreditavam que a satisfação dos desejos humanos só seria alcançada por situações criadas pela consciência desses, tendo a cidade como cenário. O aparente caminhar sem rumo é a maneira do pedestre se apropriar da cidade e criar uma situação de contemplação do espaço urbano que o permite absorver detalhes que não seriam possíveis se adotasse outra maneira de caminhar. O que fizemos sexta-feira na escola foi um exercício de deriva: deixamo-nos levar por um mapa que não dizia nada a respeito da escola e descobrimos esse esse espaço que, para nó, calouros, é completamente novo.
Parkour: prática contemporânea que, diferentemente das outras manifestações, o parkour é uma expressão com propósito quase que exclusivamente físico. Criado por David Belle, é para muitos a "arte do deslocamento" e é disso que se trata o parkour: se deslocar da maneira mais rápida, segura e eficiente que for possível, ultrapassando os obstáculos que aparecerem pela frente. O treinamento para o Parkour visa preparar o corpo para as situações adversas em que o deslocamento rápido típico do parkour for necessário. Muitos associam o parkou às artes marciais pois, num momento de enfrentamento, uma pessoa pode conversar, lutar ou fugir. Se as artes marciais são as maneiras de lutar, o parkour seria a maneira de fugir.
A introdução de manobras estéticas como mortais ou giros não fazem parte da essência do parkour se forem desnecessários e puderem oferecer um risco maior ao praticante. No entanto, muitas pessoas tem encarado (de forma errônea) o parkour como um esporte radical e têm introduzindo esses movimentos.
O parkour contrasta fortemente com a deriva e com a flaneurie pois a contemplação e a absorção da cidade não constituem como foco dela, mas sim o movimento pelo espaço, seja ele qual for.