Flâneur: palavra de origem francesa que significa algo como"vagabundo". O trabalho do francês Charles Baudelaire, em meados do século XIX, passou a definir o flâneur como "nobre vagabundo das cidades", ou seja, o ocioso andarilho que contempla o mundo urbano.
O filósofo alemão Walter Benjamim define o flâneur como um burguês perceptivo e não envolvido com a cidade.
No Brasil, o conceito foi difundido pelo cronista carioca João do Rio. Em sua crônica "a rua", o flâneur é o vagabundo que reflete, o basbaque que comenta e o vadio que observa.
Apesar de definições diferentes, o flâneur é, portanto, um andarilho despretencioso que observa e absorve a cidade.
Deriva: técnica de comportamento experimental do caminhar sem rumo com uso de outros mapas ou de memórias afetivas praticada pelos situacionistas. Esses pensadores das décadas de 1950 e 1960, liderados por Guy Debord, criticavam o cotidiano da França do pós-guerra e acreditavam que a satisfação dos desejos humanos só seria alcançada por situações criadas pela consciência desses, tendo a cidade como cenário. O aparente caminhar sem rumo é a maneira do pedestre se apropriar da cidade e criar uma situação de contemplação do espaço urbano que o permite absorver detalhes que não seriam possíveis se adotasse outra maneira de caminhar. O que fizemos sexta-feira na escola foi um exercício de deriva: deixamo-nos levar por um mapa que não dizia nada a respeito da escola e descobrimos esse esse espaço que, para nó, calouros, é completamente novo.
Parkour: prática contemporânea que, diferentemente das outras manifestações, o parkour é uma expressão com propósito quase que exclusivamente físico. Criado por David Belle, é para muitos a "arte do deslocamento" e é disso que se trata o parkour: se deslocar da maneira mais rápida, segura e eficiente que for possível, ultrapassando os obstáculos que aparecerem pela frente. O treinamento para o Parkour visa preparar o corpo para as situações adversas em que o deslocamento rápido típico do parkour for necessário. Muitos associam o parkou às artes marciais pois, num momento de enfrentamento, uma pessoa pode conversar, lutar ou fugir. Se as artes marciais são as maneiras de lutar, o parkour seria a maneira de fugir.
A introdução de manobras estéticas como mortais ou giros não fazem parte da essência do parkour se forem desnecessários e puderem oferecer um risco maior ao praticante. No entanto, muitas pessoas tem encarado (de forma errônea) o parkour como um esporte radical e têm introduzindo esses movimentos.
O parkour contrasta fortemente com a deriva e com a flaneurie pois a contemplação e a absorção da cidade não constituem como foco dela, mas sim o movimento pelo espaço, seja ele qual for.
Vídeo do segundo encontro brasileiro de parkour
Vídeo do Criador do Parkour, David Belle
referências bibliográficas:
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