domingo, 17 de maio de 2009

Análise Crítica dos Objetos Interativos

Análise feita pelo trio: Rafael Gil Santos, João Victor Melo Deluca e Sandro Barbosa De Bernardi
dos objetos do trio: Cibele Eller Rodrigues, Isadora de Castro Silva e Lívia Maria Moreira de Morais.

-O Theremin fotossensível, objeto feito pela Lívia, tem a qualidade de ser intuitivo, ou seja, não se faz necessário um manual ou alguém explicando como usá-lo, muito em função da forma com que as lanternas são ligadas (com o toque um pouco mais forte) e das camadas de pano que "antecedem" o sensor, que parecem pedir para serem abertas e devido a incidência de luz cada vez maior fazem o som ficar mais alto. O objeto da Lívia também abre espaço para a criatividade do usuário, na medida que estabelece uma regra simples que é a variação da luz faz o som variar e por meio desta o usuário pode usar o objeto da maneira que bem entender, seja explorando a luminosidade do ambiente ou com as lanternas, fazendo os rítmos que preferir. Essa contribuição do usuário é o que dá sentido ao objeto, sendo assim, ele se adequa ao conceito de virtual, trabalhado nas aulas.

-A flor feita pela Isadora apresenta uma interessante inversão de sentidos, já que contrasta a impressão normal que uma flor dá, de aparência singela e delicada e estímulo olfativo com a força e rigidez dessa flor metálica, que nos estimula auditivamente. O contraste do natural com o tecnológico também se faz presente.

-O tubo de luz da Cibele apresenta um acabamento notável e solução vizual muito boa. Relativamente aos conceitos de virtualidade e interatividade que vêm sendo trabalhados nas aulas, o objeto da Cibele se adequa de maneira interessante, pois permite a interação do usuário e esta pode se ocorrer de maneira permanente, já que ao puxar um tubo, ele só voltaria ao lugar se o usuário quiser que isso ocorra. O objeto apresenta, portanto, uma abertura para que o usuário possa contribuir criativamente e diretamente no objeto. Essa interação, no entanto, foi prejudicada pela diminuição da luminosidade das lâmpadas ao puxar todos os tubos, dando a entender que algo poderia estar errado (produto de um problema técnico) e induz o usuário a não usar o objeto na sua plenitude.

domingo, 10 de maio de 2009

Processing - 2° Trabalho

Esse é o meu segundo trabalho no Processing e introduz a interação com o mouse (as linhas novas são formadas de acordo com a posição do mouse).



código fonte:

float a = 0.0;
float _strokeCol = 254;
float x = 0.0;
float y = 0.0;
float atraso = 0.05;

void setup() {
size(800, 600, P3D);
smooth();
frameRate(30);
background(190,230,255);
}

void draw(){
pushMatrix();
float targetX = mouseX;
float targetY = mouseY;
x += (targetX - x) * atraso;
y += (targetY - y) * atraso;
translate(x,y-50);
a = a + .01;
float n = noise(a) * width;
rotateZ(a * PI);
_strokeCol += _strokeChange;
if (_strokeCol > 254) { _strokeChange *= -1; }
if (_strokeCol < 0) { _strokeChange *= -1; }
stroke((_strokeCol)-10,(_strokeCol)+70,(_strokeCol)+200,(_strokeCol)/2+130);
strokeWeight(1);
line(0, 0, 0, n);
popMatrix();
}
int _strokeChange = -1;

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Processing - 1° trabalho



clique para ampliar


Para essa imagem, busquei atribuir valores aleatórios e harmônicos (função noise) para definir a posição e orientação das linhas, que também mudam gradativamente de cor(entre amarelo e vermelho) e transparência. O efeito final foi esse, que pode variar um pouco, pois trata-se de programa com valores aleatórios "sorteados" pelo computador. A dinâmica de formação da imagem também me agradou muito.


Para chegar a esse programa, primeiro pesquisei os projetos no site abandonedart.org e no site de exemplos do próprio processing e tentei descobrir o que cada função faz por meio do guia de referências do site oficial do processing. Após isso, procurei aplicar eu mesmo algumas dessas funções, com destaque para noise, float, rotate e line.


O programa usado foi o que segue abaixo:


float a = 0.0;
float _strokeCol = 254;


void setup() {
size(800, 600, P3D);
smooth();
frameRate(500000000);
background(100,0,0);
}


void draw(){
a = a + .01;
float n = noise(a) * width;
rotateZ(a * PI/30);
_strokeCol += _strokeChange;
if (_strokeCol > 254) { _strokeChange *= -1; }
if (_strokeCol <0){>
stroke((_strokeCol)+200, (_strokeCol), 0, (_strokeCol));
strokeWeight(10);
line(n/3+100, 0, n*2, n);
}
int _strokeChange = -1;








Apenas mais um comentário:
a parte _strokeCol += _strokeChange;
if (_strokeCol > 254) { _strokeChange *= -1; }
if (_strokeCol <0){ _strokeChange *= -1; };

foi copiada do exemplo "wave clock" do site abandoned art. Eu havia primeiro testado a função random(), para que as cores mudassem aleatoriamente, no entanto, essa função deu um resultado mais suave.







segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Objeto Interativo




O processo de confecção do meu objeto interativo foi marcado por várias concessões no projeto, motivadas principalmente por motivos técnicos. A idéia inicial deriva do cubo postado anteriormente, no dia 6 de abril. Consistia em de vários cubos com loops sonoros que iriam tocar apenas quando se encostassem e poderia-se variar tons, freqüências ou outros aspectos apenas se movimentando o conjunto. Logo diminuiu-se a quantidade de cubos (inicialmente eram por volta de 8, mas logo mudei para 4 ou 3) devido ao tempo que seria gasto.

Na pré-entrega, mostrei um cubo apenas e com uma face funcional (servindo de exemplo para como seriam as demais). O circuito que fez variar o som era semelhante ao do Cubo mostrado em posts anteriores, no entanto, em substituição da bola do mouse, usei suco de limão e, em cada contato, liguei resistências de diferentes valores. Eu havia escolhido como engate o velcro (exemplificado na pré-entrega com fita dupla-face)e como mecanismo acionador do circuito um dip-switch, extraído de um mouse. Me foi sugerido o uso de ímãs no lugar do velcro. Essa opção não foi viável, pois a quantidade de ímãs necessária para prender dois cubos seria muito grande (mesmo de super-ímãs sugeridos pelo Cassiano) e ficaria muito caro (em torno de R$50,00 apenas os ímas). Decidi manter o velcro. Essa decisão me fez mudar o material de confecção do cubo de papel paraná para o plástico de capas de CD (que quando cortado com faca quente teve bom aspecto), pois o velcro, apesar de segurar um cubo em outro, acabou fazendo o papel paraná "descamar".

A imagem abaixo mostra uma face padrão do cubo, com os velcros nos vértices e a forma dos contatos. O revestimento em alumínio foi escolhido para que os contatos fosse fechados assim que um cubo encostasse no outro.


Terminada a parte externa dos cubos e os contatos externos, parti para a conclusão dos circuitos internos (basicamente as esferas de contatos com as resistências). No entanto, tive uma surpresa ingrata que foi a perda de condutividade do suco de limão do cubo exibido na pré entrega. Substituí o suco por chumbinhos, como os exibidos abaixo, junto com a foto da esfera de contatos antes de soldar às resistências.

O resultado dos chumbinhos foi satisfatório, mas não deram a mesma suavidade que o suco de limão tinha proporcionado. Na foto abaixo, tudo pronto para a solda:


Por ter que refazer tantas vezes algumas mesmas coisas que estavam aparentemente resolvidas (a esfera de contatos sendo a principal delas), o tempo gasto solucionando esses problemas foi muito grande, não havendo disponibilidade de tempo nem material para a realização do terceiro cubo, logo, foram feitos apenas dois.

O processo de confecção do objeto interativo foi para mim bastante exaustivo e no fim, cheguei ao que melhor pude fazer com os recursos técnicos, financeiros e com o tempo dado. 

Resenha texto "Design: obstáculo para a remoção de obstáculos?"

O texto "Design: obstáculo para a remoção de obstáculos?" do filósofo tcheco Villém Flusser apresenta a discussão de que os objetos de uso não deveriam representar obstáculos por provocar dependência ou se tornar um dejeto após o seu uso. Em vez disso, Flusser propõe objetos com design responsável, que promovam o diálogo entre designer e usuário e que portanto sejam enfatizados os aspectos potencialmente comunicativos e subjetivos de um objeto.

Villém Flusser introduz a noção de responsabilidade no projeto como meio de se alcançarem esses aspectos comunicativos e dialógicos dos objetos. O projeto responsável é aquele que leva em conta o usuário e tem, no objeto, o elemento mediático entre designer e usuário e não um mero removedor de "objetos obstáculos" do caminho.Outro aspecto de um objeto de design responsável é a maneira com que este encara a efemeridade do uso e/ou da forma.

O texto "Design: obstáculo para a remoção de obstáculos?" é bastante pertinente a designers e arquitetos porque estimula uma mudança, ao projetar, no olhar e no foco do objeto em si ao usuário e ao diálogo que este estabelece com a criação, tornando-a mais rica e relevante.